Inspirada em lembranças vividas entre o Canto do Junco, o Brejo e a Chapada do Apodi, a primeira obra de Eryx Moraes traduz, em palavra e memória, o reencontro de um filho com as origens que o formaram.
O título ainda é mantido em sigilo, mas o anúncio já desperta grande expectativa entre leitores e admiradores da cidade, que acompanham de perto a trajetória do autor e veem, neste passo, a continuidade de uma história contada com verdade e pertencimento.
O livro nasce das experiências que moldaram sua infância e juventude entre o Canto do Junco, o Brejo, o centro histórico de Felipe Guerra e toda a Chapada do Apodi.
A mesma terra que o ensinou a resistir agora o inspira a escrever.
Assim, o que poderia ser apenas um relato pessoal se transforma em travessia literária — um reencontro entre fé, memória e gratidão.
Entre a memória e a fé
> “Escrever foi a forma que encontrei de entender o tempo, de agradecer às cicatrizes e de reencontrar o menino que ainda mora em mim”, afirma Eryx Moraes.
Esse reencontro é também uma forma de olhar o sertão por dentro.
Segundo o pesquisador, historiador, escritor e poeta Geraldo Francisco das Chagas, que assina o prefácio da obra, o livro “é o espelho de um tempo, de uma geografia e de uma luta que transcende o indivíduo”.
Ao comentar a escrita de Moraes, Geraldo observa que “ela une a sinceridade do testemunho à força literária de quem escreve para curar — e não apenas para contar”.
A narrativa reflete a própria vida de seu autor: o rádio, a política, o exílio e o recomeço se entrelaçam às lembranças da infância, compondo um retrato humano e espiritual do sertão.
Cada página é uma volta ao passado, não para reviver a dor, mas para reconhecer o valor do caminho.
Um presente literário para a cidade
Ao revisitar sua própria história, Eryx Moraes presta homenagem à cidade que o formou.
Felipe Guerra aparece não apenas como cenário, mas como personagem viva — lugar de fé, trabalho e poesia.
O livro valoriza pessoas, lugares e tradições que moldaram gerações e hoje encontram voz nas páginas da literatura potiguar.
Assim, o sertão que tantas vezes serviu de pano de fundo à vida do autor se transforma, enfim, em protagonista.
A estreia literária de Eryx Moraes promete emocionar quem conhece sua caminhada e inspirar quem reconhece, em suas palavras, um pedaço da própria vida.
É o menino do sertão que volta pela escrita para agradecer à terra que o viu nascer — e que, de alguma forma, sempre o esperou.

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