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Hoje
 pela manhã, agricultores registraram boletim de ocorrência contra o 
Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) por se sentirem 
ameaçados diante da invasão de suas terras.
Mesmo
 sem nenhum mandado judicial e a permissão dos camponeses, por volta do 
fim da tarde de ontem, 22 de novembro, funcionários do DNOCS foram 
encontrados nas terras da agrovila de Palmares, na região da Chapada do 
Apodi.
Agricultores
 informam que funcionários do DNOCS adentraram sem identificação, como 
fardamento ou crachá, pela mata da área coletiva da ASSOCIAÇÃO DOS 
PRODUTORES RURAIS DE AGROVILA PALMARES/PROMARES, e que estes estão 
construindo uma ‘estrada desmatada’ dentro da área pertencente aos 
agricultores sem o conhecimento e o consentimento dos mesmos.
Esta
 ação faz parte da implantação do ‘Perímetro Irrigado na Chapada do 
Apodi’ que consiste na desapropriação de 13.855 há (treze mil oitocentos
 e cinquenta e cinco) hectares para a implementação de um programa de 
fruticultura irrigada que será comandado por quatro grandes empresas do 
agronegócio, deslocando de maneira forçada cerca de 6.000 (seis mil) 
agricultores que vivem em trinta comunidades na região acerca de mais de
 cinquenta anos.
A
 possível implantação do projeto desarticulará a experiência 
agroecológica e da agricultura familiar que é referência em todo o país,
 e faz com que Apodi seja o maior terceiro PIB agropecuário do Estado, 
ao priorizar a monocultura e a exploração de grandes extensões de terra 
com larga utilização de agrotóxicos, causando diversos problemas aos 
recursos naturais e à vida humana.
Além
 da desarticulação do modelo de produção sustentável, a desapropriação 
das mais de 600 famílias que vivem atualmente no campo, na região
 da Chapada do Apodi, causará um grave problema social, pois as 
indenizações a serem pagas aos agricultores serão em valores ínfimos, 
impossibilitando-os de ter nova moradia e outro sustento.
Os
 trabalhadores e trabalhadoras rurais se sentem ameaçados por estas 
invasões e tantas outras ações arbitrárias por parte do DNOCS. Desta 
forma estão apreensivos, mas afirmam que não sairão de suas terras. 
Agnaldo Fernandes

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