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JARDINS DA GAZETA COM ADVOGADO DE FERNANDINHO BEIRA-MAR.

GAZETA DO OESTE –  Como foi o primeiro contato, como você chegou até Luís Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”, pra ele lhe contratar como advogado? 

OTONIEL MAIA JÚNIOR – Nós buscamos, eu acho que todo profissional deve buscar isso, e eu como advogado busco trabalhar com coerência, com honestidade, buscando sempre a excelência naquilo que a gente faz. Estou há quatro anos no mercado, sou um advogado novo, mas já com alguns clientes em todo o Estado, no Nordeste talvez e, tinha já um cliente aqui do Rio Grande do Norte, que passou pelo Presídio Federal e, quando a gente faz um trabalho correto os clientes divulgam.
GO – De chegada você já conseguiu uma absolvição pra ele. Como foi?

OMJ – Começamos com o pé direito. Como disse, é um cliente que repercute nacionalmente. Eu falei pra ele mesmo que ele vende jornal, é tanto que tudo que acontece ..., na semana passada aconteceram algumas prisões no sul do país e ligaram aquelas prisões ao nome dele, mesmo estando preso há nove anos, fora do mundo do crime e tudo isso, mas ainda assim a imprensa nacional joga o nome dele por que sabe, como eu disse a ele mesmo, ele vende jornal. 

GO – Com que periodicidade você mantém contato com Luís Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”?

OMJ – Nós temos contato semanal. Na realidade, desde meados do mês de março, porque ele chegou aqui no começo de fevereiro. Caiu uma evidência fora, chegou à imprensa, em virtude justamente dessa audiência que eu acabei de falar. Foi divulgado pelo Estadão, Folha de São Paulo e buscaram informação a respeito dessa audiência e me encontraram lá como um dos advogados que iria acompanhar a audiência. 

GO – E os atos dele, momentos como banho de sol enfim, quais os hábitos?

OMJ – Olha, o Presídio Federal é muito limitado. Ele tem duas horas diárias de banho de sol, futebol, física, mas o hábito que a gente pode perceber é a leitura. Inclusive, é por essa razão que ele tem tanto conhecimento do que acontece nos ministérios, na presidência, na política, na economia.
    
GO – E você pode observar quais os livros que ele tem lido recentemente?

OMJ – Revistas – Veja, Vip-, livros relacionados à execução penal e outros autores pelo Brasil e mundo afora.
GO – Ele busca informação sobre Mossoró?

OMJ – Busca, no sentido de saber o tamanho da cidade, do que a cidade vive, o que gera a economia, qual a localização exata, se mais perto de Natal ou Fortaleza, coisas nesse sentido. Nós conversamos sobre vários assuntos.  

GO – De uma maneira geral, dr. Júnior, qual a opinião dele em relação à estrutura do Presídio Federal. Porque tem muitos comentários de que ele queria ir embora, tinha solicitado transferência:  

OMJ – O Luís Fernando ele já esteve em outros presídios federais que existem no Brasil, são só quatro. E a mim ele disse que, inclusive está no requerimento, porque os prazos de permanência num Presídio Federal são de 360 dias, renováveis. Então o dele está próximo de vencer e eu entrei com requerimento no sentido de que, caso seja renovado, ele pretende permanecer em Mossoró. 

GO – Comentasse inclusive que pessoas de facções rivais do Rio de Janeiro encontram-se no Presídio Federal de Mossoró. Até que ponto isso é verdade e como é que está esse relacionamento, essa convivência?

OMJ – O Luís Fernando, ele está preso já há bastante tempo, há quase dez anos. Então, ele não tem mais aquela estrutura de facção. Como ele mesmo diz: “Eu não pertenço à facção”. Ele é o Luís Fernando. Então, todos os presos, Mossoró tem hoje em torno de 29 ou 30 internos no Presídio Federal. Todos se dão muito bem com ele. Por isso que eu disse que ele gosta de ajudar a todos.  

GO – Agora, voltando à questão do presídio, mas em outro tema. A governadora Rosalba Ciarlini culpou, numa declaração, o Presídio Federal pelo índice de criminalidade em Mossoró. Como é que o senhor vê essa declaração?  

OMJ – Vejo uma declaração infeliz. Eu tenho vivido semanalmente e diariamente a realidade do Governo Federal, e como disse há pouco, nenhum dos presos de lá tem família aqui em Mossoró, o pessoal vem, as visitas são as quartas e quinta, alternadamente, dependendo do interno. O pessoal vem, visita e vai embora, chega aqui e passa dois dias ou três e já vai embora. 

GO – E o no Tribunal do Júri, você já atuou?

OMJ – Já fiz júri popular, inclusive tem uma pauta agora em junho e eu tenho um processo pautado.

GO – E aí, como é pra o advogado, enfrentar a plateia?

OMJ – Foi mais fácil do que fazer sistema federal no Tribunal de Justiça. Embora tenha uma plateia, tenha os jurados, o juiz está ali só pra presidir a sessão do tribunal, mas chegamos lá com cautela, a primeira vez especialmente, conseguimos que os jurados admitissem a nossa tese e nosso cliente teve não só uma absolvição, mas a desqualificação, no caso ele já estava preso já há um certo tempo e foi solto naquele dia. 
Já no Tribunal de Justiça, quando a gente faz uma Habeas Corpus, uma apelação, a gente tem a faculdade de fazer a justiça falar lá, e na primeira vez eu fiquei um pouco trêmulo, porque é o mesmo que você estar falando para a câmara criminal, estar falando pra quatro ou cinco desembargadores, dependendo da sessão e, você vai praticamente recém-formado, iniciando agora na advocacia, precisando amadurecer, e chegando ali pra falar pra quatro pessoas que já estão no mundo jurídico há 30 anos, por exemplo, então você treme um pouquinho, mas estamos buscando a excelência sempre.

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